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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Da opressão interior

A Alma do homem alegre impõe um sorriso à face da aflição; mas o pessimismo do triste apaga o próprio brilho da alegria. Qual a fonte da tristeza senão a debilidade da mente? Que lhe dá poder senão a falta de razão? Desperta para o combate e ela foge do campo de batalha antes mesmo de atacares. Ela é inimiga de tua raça, portanto deves expulsá-la de teu coração; ela envenena a doçura de tua vida, portanto, não permitas que entre em tua morada. Ela converte a perda de uma palha na destruição de tua fortuna.

Enquanto apoquenta tua mente com ninharias, afasta tua atenção das coisas importantes; observa que ela apenas profetiza o que parece relatar. Ela estende a sonolência sobre tuas virtudes, como se fosse um véu; e as esconde daqueles que te fariam honra em percebê-las; ela as enreda e as mantém inibidas enquanto torna mais necessário que as exerças. 

Vê, ela te oprime com o mal; ata tuas mãos, quando poderia libertar-te da carga que te atormenta. Se queres evitar o que é torpe, se queres desdenhar o que é covarde, se queres expulsar de teu coração o que é injusto, não deixes que a tristeza te domine. Não permitas que ela se disfarce com o véu da piedade; não deixes que ela te iluda com a aparência de sabedoria. 

A religião presta homenagem a teu Criador; não deixes que ela seja toldada pela melancolia. A sabedoria te faz feliz; fica sabendo, então, que a tristeza é uma estranha para ela. Por que seria triste o homem, senão por causa de aflições? Por que deveria seu coração renunciar à alegria, se ela nunca se afasta dele? Não será isto ser infeliz por amor à tristeza?

Como a carpideira que parece triste porque é contratada para este fim, e chora porque suas lágrimas são pagas, assim é o homem que permite a tristeza em seu coração, não porque sofra, mas porque é melancólico. Não é a ocasião que produz a tristeza; atenta para isto, a mesma coisa dará alegria a outro. Pergunta aos homens se sua tristeza faz as coisas parecerem melhores, e eles te confessarão que isso é loucura; não, eles louvarão quem suporta seus males com paciência, quem enfrenta a desgraça com coragem. O aplauso deve ser seguido pela imitação. A tristeza é contrária à natureza, pois perturba seus movimentos; sim, a tristeza torna desagradável aquilo que a natureza fez bom. 

Como o carvalho que cai ante a fúria da tempestade e não mais levanta sua copa, assim se curva o coração do homem ante a força da tristeza e nunca mais retorna à fortaleza anterior. Como a neve é arrastada das montanhas por causa das chuvas que descem por suas vertentes, assim é a beleza levada para longe pelas lágrimas que escorrem pelo rosto e nem uma nem outra serão restauradas. Como a pérola é dissolvida pelo vinagre, que a princípio parece apenas obscurecer sua superfície, assim tua felicidade, ó homem! é engolida pela opressão interior, embora a princípio pareça apenas cobrir sua sombra.

Contempla a tristeza nas vias públicas; lança teus olhos sobre ela; não evita ela a todos? E não fogem todos de sua presença? Vê como ela baixa a cabeça, como a flor cuja raiz foi cortada; vê como ela fixa o olhar na terra! Vê como ela não serve a outro propósito senão o de chorar! Existe algum discurso em seus lábios? Há em seu coração o amor pela sociedade? Há razão em sua mente? Pergunta-lhe a causa e ela não a conhece. Pergunta-lhe qual o motivo e verás que não existe. No entanto sua força lhe falta; afinal, ela afunda na sepultura e ninguém pergunta: que lhe aconteceu? Tens compreensão e no entanto não enxergas tudo isto? Tens piedade e não percebes teu erro?

Deus te criou por misericórdia; se Ele não tivesse a intenção de que fosses feliz, não te teria trazido à vida; como te atreves, então, a fugir de Sua Majestade? Enquanto és muito feliz com inocência, prestas-Lhe o maior louvor; e que é teu descontentamento senão uma murmuração contra Ele? Não criou Ele todas as coisas sujeitas a mudanças? E tu ousas chorar porque elas mudam. É a lei!

Se conhecemos a lei da natureza, por que nos queixamos dela? Se a ignoramos, que deveríamos acusar senão nossa cegueira, que a cada momento nos é comprovada? Fica sabendo que não és tu quem deve dar leis ao mundo; o que te compete fazer é harmonizar-te com elas à medida que as encontres. Se elas te incomodam, tua lamentação só servirá para aumentar teu tormento.

Não te iludas com belos pretextos, nem suponhas que a tristeza cura o infortúnio. Ela é um veneno disfarçado de remédio; enquanto pretende arrancar a flecha de teu peito, afunda-a em teu coração. Não diz a tristeza, quando te isola de teus amigos: "Não estás preparado para conversar"? Quando ela te leva para os cantos, não proclama que tem vergonha de si mesma? Não está em tua natureza receber as flechas da má fortuna sem ferir-te, nem a razão exige tal coisa de ti; é tua obrigação suportar a infelicidade como um homem; mas primeiro precisas senti-la como um homem. As lágrimas podem rolar de teus olhos, embora a virtude não caia de teu coração; cuida apenas para que haja motivo, e que elas   não  fluam com excessiva
abundância. A grandeza de um mal não deve ser avaliada pelo número de lágrimas por ele derramadas. As maiores dores estão acima desse testemunho, assim como as maiores alegrias estão além das palavras.

Que debilita mais a mente que a dor? Que a deprime mais que a tristeza? Está preparado o triste para nobres empreendimentos? Está ele armado para defender a causa da virtude? Não te sujeites a males onde não haja vantagens para receberes em troca; nem sacrifiques os meios do bem por aquilo que é, em si, um mal.


"A Vós Confio"  Livro X Capítulo V




domingo, 22 de junho de 2014

Transição - Soror Sônia Siqueira

Comunicamos que hoje às 15 horas, a Soror Sônia Siqueira, Ex-Mestre da Loja R+C Santos, passou pela transição. O velório na Santa Casa será reaberto amanhã, dia 23/06 às 7 horas, e o sepultamento será às 11 horas.

Nossas condolências, que Deus dê força e conforto à família, e que nossa amada Soror descanse na paz e luz.

O Ritual Fúnebre será realizado no próximo domingo, dia 29, às 18 horas.







quinta-feira, 19 de junho de 2014

Classe de Artesãos - "Os mantras"



Todos os rosacruzes ativos afiliados a AMORC-GLP, que tenham atingido o 12º Grau estão autorizados a frequentar a Classe dos Artesãos desde que tenham recebido as Iniciações do 1º ao 9º Graus de Templo em uma Loja Rosacruz. 




terça-feira, 17 de junho de 2014

A Sabedoria das Eras acessível a você



Esta sabedoria Arcana, prática e aplicável a todas as situações da vida, o ajudará a transformar problemas em vantagens, e despertar em você um potencial até hoje adormecido.

Você terá acesso a um conhecimento especial, capaz de desenvolver suas faculdades interiores e lhe propiciar o Domínio da Vida.

Este Conhecimento, que inclui Ciência, Filosofia e Misticismo, chegará até você por meio de Monografias confidenciais, enviadas diretamente ao seu lar, no qual você aprenderá a montar um Sanctum pessoal, seu Santuário privado de estudos, seu laboratório para estudo e meditação.

Descubra os mistérios do Universo unindo-se à mais antiga Fraternidade do mundo!

Entre os fascinantes temas que você estudará conosco, destacamos:

° Matéria e energia
° A aura humana
° Cura metafísica
º Sons Místicos
º O poder do Subconsciente
º Concentração e Meditação
° Criação Mental
º Projeção Psíquica
° Telepatia
° Telecinesia
° Vibroturgia
° Ontologia
° Alquimia Espiritual
° A Lei do Karma
° Regeneração Mística
° Os Centros Psíquicos
° Vida após a morte
° Consciência Cósmica

IMPORTANTE: A Ordem Rosacruz é uma filosofia de vida, que através dos séculos vem formando pensadores livres. O seu estudo não requer que você abandone a sua religião ou una-se a uma. O lema da Ordem é: “a mais ampla tolerância na mais irrestrita independência”.

AMORC






domingo, 1 de junho de 2014

Ricos e pobres

O homem a quem Deus concedeu riquezas e outorgou uma inteligência que as empregue corretamente é um ser especialmente favorecido e de elevada distinção. Ele contempla sua riqueza com prazer, porque esta lhe oferece meios de fazer o bem. Protege os pobres desamparados; não permite que os poderosos oprimam os fracos. Procura quem possa merecer sua compaixão, informa-se sobre suas necessidades, e as alivia com critério e sem ostentação.
Ele ajuda e recompensa o mérito; estimula o talento e liberalmente promove todo empenho útil. Realiza grandes obras, seu país enriquece, o trabalhador encontra emprego; ele forja novos planos e as artes se desenvolvem. Considera que o supérfluo em sua mesa pertence aos pobres da vizinhança, e não os defrauda.
A benevolência de sua mente não encontra obstáculo em sua fortuna; por isto ele se regozija com suas riquezas e sua alegria é inocente.

Mas desgraçado daquele que acumula riquezas em abundância e sozinho se rejubila por sua posse; que faz crispar-se o rosto do pobre sem considerar o suor de seu rosto. Ele viceja na opressão sem qualquer sentimento; a ruína de seu próximo não o perturba. Ele bebe as lágrimas do órfão como se fossem leite; os gritos lamentosos da viúva são música para seus ouvidos. Seu coração está endurecido pelo amor da riqueza; nenhuma dor ou pena lhe causa impressão. Mas a maldição da iniquidade o persegue; ele vive em contínuo temor; a ansiedade de sua mente, e os desejos gananciosos de sua própria Alma nele se
vingam, pelas calamidades que levou aos demais.

Ah, que são os sofrimentos da pobreza comparados com o que rói o coração deste homem!
Que o homem pobre se conforte, sim, que se rejubile; pois tem muitos motivos.
Ele senta-se para comer seu bocado em paz, sua mesa não está apinhada de aduladores e devoradores.
Não é embaraçado por uma multidão de dependentes, nem perturbado pelos clamores das solicitações.
Carecendo dos petiscos dos ricos, ele escapa de seus desassossegos.
Não é saboroso o pão que ele come? Não é agradável à sua sede a água que bebe? Sim, mais deliciosa é esta água que as mais caras poções dos luxuriosos. Seu trabalho conserva-o saudável e lhe proporciona um repouso que não conhece o leito macio do indolente. Ele restringe seus desejos com humildade; a calma do contentamento é mais doce para sua Alma que todas as aquisições da riqueza e da pompa.

Que o rico, portanto, não se vanglorie de suas posses, nem o pobre se entregue à depressão por sua pobreza; pois a providência de Deus concede a ambos a felicidade.

Excerto do livro "A Vós Confio" - Livro IV - Capítulo II





Da dor e da enfermidade

A doença do corpo afeta até mesmo o espírito; um não pode estar saudável sem o outro.
De todos os males, a dor é a mais sentida, e é para ela que a Natureza tem menos remédios.
Quando tua constância te falha, apela para tua razão; quando tua paciência te abandona, chama a esperança. Sofrer é uma necessidade imposta por tua natureza. Queres que um milagre te proteja de suas lições? Ou queres rebelar-te porque acontece a ti, se vem para todos? O sofrimento é a cruz dourada sobre a qual desabrocha a rosa da Alma.
Seria injusto esperar isenção daquilo que nasceste para aprender; inclina-te com modéstia diante das leis de tua condição. Dirias às estações: "Não passeis, para que eu não envelheça?" Não será melhor suportares bem aquilo que não podes evitar?
A dor que perdura longo tempo é moderada; ruboriza-te por te queixares dela; a dor violenta é breve; logo verás seu fim.
O corpo foi criado para ser subserviente à Alma; quando afliges a Alma por causa da dor de teu corpo, lembra que colocas o corpo acima dela.
Assim como o sábio não se aflige porque um espinho rasgou-lhe as vestes, assim o homem paciente não atormenta sua Alma porque aquilo que a cobre está ferido.

Excerto do Livro "A Vós Confio" -  Livro XI - Capítulo II



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