De todas as maravilhas da Antiguidade, a Grande Pirâmide de
Gizé, localizada no Egito, é a única que pode ainda ser contemplada pelos
turistas da atualidade. Sendo prova da veneração que os egípcios mantinham pelo
faraó, esse monumento questiona muitos dos preconceitos que costumam ligar o
Mundo Antigo às ideias de “simplicidade” e “incipiência”. Construído por volta
de 2550 a.C., o suntuoso monumento de 137 metros de altura contou com o
trabalho de 100 mil homens ao longo de 20 anos.
A Grande Pirâmide, na verdade, compõe um conjunto de
construções que nomeiam as chamadas Pirâmides de Gizé. Sendo somente ela
reconhecida como uma maravilha, foi uma obra encomendada pelo faraó Quéops, que
pretendeu utilizar aquele grandioso projeto para abrigar o seu sarcófago e
todas as outras preciosidades que deveria carregar em sua outra existência. Até
a construção da torre Eiffel, no século XIX, a pirâmide desse faraó deteve o
posto de mais alta construção do mundo.
Um dos mistérios ainda não completamente resolvidos sobre a
pirâmide de Gizé diz respeito à sua própria construção. Como os egípcios
levantavam aqueles pesados blocos de pedra que, em média, pesavam cerca de três
toneladas? Para responder essa questão, os cientistas trabalham com duas teorias.
A primeira sugere que cada pedra era deslocada com o uso de embarcações ao
longo do rio Nilo. Outra teoria cogita que os blocos tivessem sido construídos
pelos próprios egípcios com o uso de um tipo de cimento.
Para que o encaixe das pedras fosse executado, acredita-se
em três possibilidades que explicam o manejo das pedras na construção. Uma
primeira teoria diz que os blocos eram arrastados por meio de uma rampa próxima
à base da pirâmide. Outra explicação trabalha com a hipótese de que as paredes
externas da pirâmide possuíssem rampas que levavam os blocos às partes mais
altas. Recentemente, o arquiteto Jean-Paul Houdini cogitou que os blocos mais
elevados tivessem sido carregados com rampas internas.
O conhecimento sobre a estrutura interna da Grande Pirâmide
ainda atordoa vários pesquisadores e egiptólogos fascinados pelo objeto. Até
hoje, foram descobertas apenas três câmaras no interior da construção: a Câmara
Real, que abrigava os restos do faraó; a Câmara Secreta; e a Câmara da Rainha.
Para descobrir outros compartimentos na pirâmide, os cientistas teriam que ser
obrigados a utilizar explosivos que poderiam comprometer a estrutura da mesma.
Entre outras peculiaridades, podemos ainda citar que a
Grande Pirâmide de Gizé era originalmente toda revestida com pedra calcária
polida. Esse acabamento deu um “efeito visual” para a construção do faraó
Quéops: a pirâmide brilhava quando exposta ao sol. Infelizmente, boa parte do
revestimento brilhante foi roubado há mais de 600 anos. Além disso, os construtores
criaram várias câmaras e corredores inúteis para dificultar um possível saque
dos bens do faraó.
As pirâmides foram construídas para abrigar
as tumbas dos faraós, na crença de que a vida verdadeira começava depois da
morte. As três grandes pirâmides da meseta de Gizé estão
distribuídas sobre o deserto de maneira idêntica, seguindo a disposição das
três estrelas da constelação de Órion, que era o equivalente celestial do deus
Osíris. Seu “cinturão” era o que os egípcios chamavam de Duat, uma espécie de
“portal” pela qual a alma do faraó deveria passar para chegar a Amenti, a mais
alta.
O lugar escolhido para a sua construção foi a margem
esquerda do Nilo, a 12 quilômetros do Cairo. Sobre esta margem, normalmente
eram construídos os cemitérios. Seus lados se orientam pelos quatro pontos
cardeais, com o reflexo das sombras acusando com exatidão milimétrica os pontos
essenciais do ano solar, fornecendo as datas precisas dos equinócios de
primavera e outono e dos solstícios de inverno e verão.
Apesar dos egípcios não contarem com instrumentos ópticos
como a bússula, eles faziam seus cálculos e medidas pelas estrelas. Sabiam que
tudo no céu noturno estava em constante movimento, com exceção de um ponto
escuro imóvel, que era reverenciado como eterno, a localização do próprio
“céu”. Ao redor deste ponto duas estrelas especialmente brilhantes giravam em
um círculo constante e, quando uma estava diretamente sobre a outra, era
possível traçar uma linha perpendicular que atravessava o ponto escuro com
total precisão. Estas estrelas que hoje conhecemos como circumpolares eram
chamadas pelos egípcios de “indestrutíveis”.
Fontes: www.historadomundo.com.br
http://discoverybrasil.uol.com.br